Qual o Melhor Capacete?

07-04-2011 14:39
 
 

Este item obrigatório de segurança precisa de atenção na hora da escolha

Desde 1982 este acessório é considerado obrigatório pela Constituição Brasileira. Apesar de muitos não gostarem de utilizá-lo da forma correta (os modelos indicados e com a viseira fechada), este item realmente protege quem usa.

Estudos do SHARP (Safety Helmet Assessment Rating Programme, em português Programa de Classificação de Segurança e Conformidade) demonstram quais zonas sofrem maior impacto na hora do acidente. A parte lateral recebe 53% da força do golpe, já a parte frontal fica com 24%, a traseira 21% e a superior 2%. O diagrama abaixo é mais detalhado e mostra a porcentagem do impacto recebida na cabeça:


O fato do capacete tipo “coquinho” proteger uma porção tão pequena da cabeça, fez com que o modelo fosse proibido por lei. Quanto menor o modelo do capacete, menor é a proteção recebida. O “coquinho” por exemplo, protege apenas 39% da cabeça.

Na hora de escolher um modelo de capacete é importante ficar atento ao que diz a legislação sobre o assunto. O Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) afirma que só os que possuem selo do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) podem ser utilizados. O Inmetro é responsável por garantir a qualidade do produto, para isso realiza testes com os vários modelos e marcas disponíveis no mercado.

O motociclista que for pego pilotando sem capacete ou utilizando o “coquinho” está passível a multas. A falta do equipamento é considerada uma infração gravíssima, rende a perda de 7 pontos na carteira, suspensão do direito de dirigir, recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e multa no valor de R$ 191,54. Outras exigências são o uso da viseira fechada ou óculos de proteção (no caso do capacete não possuir o item), faixas reflexivas e selo do Inmetro. Além disso, o equipamento precisa estar na data de validade e com a cinta fechada.

Os modelos regulamentados pelo Inmetro são os descritos abaixo:
- Integral (fechado): é o tipo que oferece maior proteção, porém esquentam muito no verão. Costumam ter valor mais elevado por agregarem itens funcionais (canais de circulação de ar, forros removíveis, viseiras destacáveis, etc). Nesta categoria estão inclusos aqueles modelos projetados para MotoCross.

- Misto (queixeira removível): a queixeira pode ser removida e o capacete fica com a aparência de um modelo "aberto". Modelo adequado para longas viagens, pois permitem um “respiro” para a cabeça.

- Modular (frente móvel): consegue proteger os principais pontos da cabeça e dão liberdade para usá-lo quase aberto. A queixeira pode ser deslocada para a parte de cima do capacete.

- Aberto (sem queixeira): área de proteção reduzida. Modelo barato e usado principalmente por quem percorre trajetos curtos em vias urbanas.

Outro item que precisa de atenção é o tamanho correto. É necessário saber a medida da cabeça para escolher o tamanho equivalente. Para isso basta medir em casa com uma fita métrica comum a circunferência da cabeça no sentido horizontal. A fita deve estar na altura das sobrancelhas e orelhas.

De acordo com a medida em centímetros você deverá escolher o seguinte tamanho:

55/56 = S

57/58 = M
59/60 = L
61/62 = XL
63/64 = XXL

Alerta: algumas marcas e modelos podem não obedecer esta tabela ou usar simplesmente a numeração em centímetros.

Você sentirá que o capacete é do tamanho correto se senti-lo justo na cabeça, porém confortável. As almofadas superiores deverão encostar na parte superior da cabeça, assim como as almofadas laterais nas bochechas. Não deve haver muito espaço entre o interior do capacete e a cabeça. Quando você tentar movê-lo com as mãos, ele deve oferecer alguma dificuldade. Teste o capacete por alguns minutos e verifique se após a prova ele deixou marcas, caso isso ocorra é porque o tamanho é menor do que o recomendado. Se ele obedecer a tudo isto, você encontrou o tamanho correto!
Antes de finalizar a compra lembre-se de ajustar a cinta e verificar se ela está adequada. Ela deve ficar justa no queixo, mas sem incomodar. Também deve-se observar se o capacete não “escapa” mesmo utilizando a cinta.

O material do capacete influencia na qualidade do mesmo. A camada exterior (também chamado de casco ou calota) pode ser de fibra de vidro, fibra de carbono e/ou Kevlar (os mais indicados) ou policarbonato (os mais comuns). A diferença entre eles, é que o primeiro é considerado mais resistente a impactos violentos e possui maior durabilidade. Já o segundo é mais leve e muito rígido e também mais barato. Independente do material ele deve ser uma peça única, sem “remendos”.

Para limpar o casco do capacete pode-se utilizar o mesmo material que o usado para a limpeza de automóveis. O polimento é aconselhado, mas não em excesso (corre-se o risco de abrasar o material). Se for feita a retirada de algum adesivo autocolante, os resíduos de cola poderão ser retirados com álcool. A limpeza do álcool é feita com água e sabão.

A parte interna do capacete costuma ser revestida com poliuretano. Esse material garante a absorção do impacto num eventual acidente. Fique atento, pois algumas péssimas marcas não utilizam essa camada, assim o capacete fica mais leve e prático, porém sua cabeça fica mais desprotegida.

O forro é responsável por proporcionar conforto ao motociclista, afinal, é esta camada que fica em contato direto com a cabeça. Adaptável ao rosto e capaz de absorver suor, o forro também precisa contar com um bom sistema de ventilação. É esse sistema que garantirá um ar renovado dentro do capacete. Isso significa arejamento e o não-embaçamento da viseira. Se você escutar ruídos dentro do capacete, significa que esse item, o sistema de ventilação, não foi totalmente considerado nos testes da fabricante.


O forro também é chamado de camada de proteção. É recomendável a utilização do forro destacável, pois este pode ser lavado. O ideal é lavá-lo com certa freqüência para que o produto fique livre da proliferação de bactérias. Comumente feito de espuma coberto com tecido. Água e sabão resolverão o problema. Deve-se deixar o forro secar à sombra.


O tipo de viseira que compõe o capacete também é importante, afinal alguns tipos são proibidos por lei. O uso da viseira fumê é vedado durante a noite, pois prejudica a visualização. Vale conferir como é a vedação desse item (ele protege contra a chuva?), a forma como abre e até se é possível fazer a substituição de algum item do conjunto da viseira.

Se o modelo do capacete não incluir a viseira deve-se utilizar óculos protetores (essa é uma obrigação do motociclista e está previsto por lei).
Outra recomendação é que o capacete seja de cor clara (tornando o motociclista mais visível aos demais motoristas).

Fique atento a marcas de confiança e certificadas pelo Inmetro, isso garante que você estará levando para casa um produto testado e aprovado. Se notar algum erro de fabricação, contate o fabricante, pois este deve reparar o estrago ou substituir por um capacete em perfeito estado. A maior parte das marcas oferece uma garantia.


Algumas marcas que fabricam capacetes: Arai, AFX, AGV, Airoh, Arashi, Shoei, Fox, Peels, Cross, Shark, Asw, Bieffe, CMS, Taurus, entre outras.


Agora que você já conhece parte a parte do capacete e quais itens devem ser analisados, pode ir até uma loja para comprar ou substituir seu capacete.

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